segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

na pausa da escrita, escrevo:



O buraco


Sente falta do
desenho próprio da escrita
não da escrita,
do próprio

do desenho que não palavra,
mas do desenho
da palavra, aquele
que ela mesma desenha 
súbita e lentamente
(a palavra)


com os olhos vendados




o desenho existe 
e continua em existência.



Sente falta da silhueta
do seu pensamento quando
vendados, 
ou descobertos



senta no próprio sono
e desdenha.