quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poema para Bienal do Piores Poemas (2008)



Poemeto (de Mulher)
                     (Maria Berta)
                                                     

A mulher

fala

tem isso mesmo.

E tem e não tem

se eu Falo ele fala e você (acefala)

todas Falas.

Tu falas eles

falas eu

e eu,

lafas!

Falácias eu se ele não

falafel tantas.

Falalei falalei!

E tenho o Dito.



quarta-feira, 13 de abril de 2011

Voz e Expressão

Periscópio caracol:

Advertida: a voz não é um instrumento, ela é
simplesmente, princípio.
Pode vir a ser um instrumento. E acontece muito, dela vir a ser.

Antes, a voz é um íntimo
a escuta também
Perdeu-se a voz no virtual.

Segundo Guimarães Rosa, a rede é um monte de buracos amarrados por barbante.

A arte precisa ter/ser voz para ser contemporânea, isto é, para ser.
Mesmo que se teça no silêncio,
apaixonadamente.












(sobre o clip primeiro, prefiro ficar só com a música como imagem do pensamento)

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terça-feira, 12 de abril de 2011

Lar, pedaços de seu

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A manhã começa a bater em meu poema.



(...)




Estou deitado em meu poema.




(...)



- Eu enlouqueço com a doçura dos meses vagarosos.

O poema dói-me, faz-me.
O povo traz coisas para a sua casa
do meu poema.
(...)



- A manhã começa a colocar o poema na parte
mais límpida da vida.


(...)




A manhã começa a dispersar o poema na luz incontida
do mundo.








(De O Poema, Herberto Helder, Ou o Poema Contínuo)

sábado, 2 de abril de 2011

Sobre a escrita

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A palavra calado carrega uma lareira dentro dela.

Tijolo cor de barro quente, troncos marrons de árvore.

Não precisa ter fogo vivo para ser lareira. E todo fogo é fogo.

As palavras que dançam em roda no devaneio do fogo são

as que eu queria que me visitassem no papel.





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